quinta-feira, 21 de julho de 2011

O amor é paciente - sete

Oscar se refugou mais uma vez no banheiro, fitando o bilhete no espelho, repetindo-o pela terceira vez. A mamãe ouviu tudo por trás da porta, quando no fim a abriu e com o filho envolvido nos seus braços o guiou até a cama. Ao ter certeza de que o Oscar estava dormindo, fez quatro ou cinco telefonemas pelo celular, quando se ouviu as últimas palavras do dia, antes do silêncio mais uma vez traduzir a dor:
- O endereço é este mesmo, venham bem cedo, por favor... E caso eu queira mudar de idéia, não permitam.
O restante da noite pareceu passar depressa, e novamente Oscar acordou e sentiu a cama vazia - o estranho era que mesmo tendo a cama apenas para ele, só acordava encolhido do lado direto, o lado dava para a janela, era de costume, poucos meses antes de ir embora a Júlia dormia apenas do lado da parede, dizia ter medo, e se sentir mais segura no canto -, desta vez não entrava sol nenhum no quarto, não teve que espremer os olhos. Pensou que ainda não fosse hora de levantar, rodou a mão pelos lados da cama a procura do celular, ainda com os olhos fechados, não o encontrou, jogou a mão sobre o criado-mudo ao lado da cama e trouxe o relógio para perto de seu rosto, 05h10min da manhã, guardou o relógio e tornou a fechá-los.
Um segundo, alguma coisa estava estranha. Abriu os olhos e pode ver a mamãe sentada na ponta da cama, levantou os olhos um pouco e havia três homens a sua frente e um na porta - um esse que tampava quase toda a porta -, dois dos três a sua frente estavam com maletas, e todos, repito, todos usavam roupas brancas e jalecos.
- Senhor Oscar? - disse o primeiro dos três.
- Mamãe?
- Olá querido.
- Poderia nos acompanhar? - perguntou o terceiro.
Neste instante Oscar já se encontrava sentado na cama e o travesseiro caído no chão. Segurou a mão da Dona Dete dizendo:
- O café está pronto mamãe?
- Você irá com esses homens, e tomará café em outro lugar - passou a mão sobre seu rosto.
- Não podemos esperar muito, venha conosco senhor Oscar - disse afirmando o rapaz do meio, o mais baixo por sinal.
- Não me diga o que fazer. Venha mamãe, vamos chamar o porteiro e pedir para que esses homens se retirem - levantou-se levando Dona Dete consigo.
- Sinto muito rapaz, por aqui você não passa - finalmente o armário humano que tampava toda a porta se pronunciou.
- Você não irá me impedir de atravessar uma das portas da minha casa, minha e da minha mulher.
- Filho, eu te peço, diga, admita que a Júlia se foi. Estes últimos tempos tem sido um pesadelo. Diga, por favor, então os rapazes irão embora, eu prometo.
- Não! - gritou o Oscar enquanto caminhava em direção a cama - me admiro muito com você mamãe, ao invés de querer me ver feliz, ao invés de aceitar que a Júlia é a mulher da minha vida e que está em algum lugar agora, seja lá onde for, precisando de mim - se alterou arremessando o relógio contra a cortina marrom que escondia a janela.  Eu estou esperando por ela - puxou as duas gavetas da cômoda, fazendo com que tudo fosse pro chão -, ela irá voltar, eu sei, nós sabemos e quando isso acontecer...
Pobre Oscar, não pode completar a frase, uma seringa havia penetrado em seu braço e ele foi cambaleando, depois de poucos segundos caiu no chão.

                                                                                              deia.s
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A partir de agora a riqueza de detalhes será maior,
não tem muito o que acontecer, mas o que ainda está por vir
será decisivo e, pelo menos pra mim,
foi emocionante. *-*

30 comentários:

  1. Deia confesso que me emocionei
    lendo esta parte.

    como você consegue?
    Triste e lindo.

    bjs meus e um ótimo dia.
    http://contosflordelis.blogspot.com

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  2. Tô adorando!
    Tô adorando!!!!
    Bjinhos!!!

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  3. OMG' não tinha visto os outros capítulos, li todos e me situei na fic, estou adorando *-*
    muito emocionante.
    bjus ;*

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  4. Forçar alguém a alguma coisa não é a melhor solução! Tô adorando *-*
    Beijo doce.

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  5. Obrigada pela visita e volte mais vezes beijos

    http://donna-e-bella.blogspot.com/

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  6. Lindo, lindo. Esperando o próximo com ansiedade.

    Kiss.

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  7. Ansiosa para postar a próxima parte - rs. :)

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  8. Gostei daqui.. Estou seguindo...

    Caio F. sempre com sábias palavras!

    Bjs da lua.
    =)

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  9. Deia, flor, primeiramente obrigada pelo selo fofo, postarei lá na página! Depois, que conto mais bonito! O título ficou lindo por si só, e o conto é de uma beleza sem igual! Parabéns!
    Beijos!

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  10. Meu Deus, Deia, a história está cada vez melhor!
    Mas tá me dando uma peniinha do Oscar! Ele não é louco, só... cometeu o desatino de amar incondicionalmente

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  11. OH MY GOD :O
    Estou tão ansiosa pra saber o final hahahaha
    Da uma passadinha lá?
    http://jooymartins.blogspot.com/
    Beijos

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  12. Queeee maldade com ele, que triste...
    quero saber o resto tbm aiai

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  13. Ansiosa para ler a proxima parte.
    O que irá acontecer com ele?

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  14. Bom dia deia.s ;)
    Tem um desafio pra você no meu blog
    Beijos ♥

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  15. é verdade sim, a saudade doí sempre!
    Está tão bonito!

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  16. Tem selinho pra você!
    Siga as regrinhas.

    Bjooooos

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  17. eu voltei. Uhul \o/
    HUSUASUAHUSUASUHASUSHUAS

    Beeeijos
    Um ótimo fim de semana.

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  18. lindo, não acredito que a mãe dele fez isso.. mas, talvez, fosse mesmo preciso, né? aguardando ansiosamente a próxima parte *-*

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  19. hahaha Nunca tinha prestado atenção de qual cidade vc seria!!
    Adoro a Bahia, mas não conheço Guanambi :~
    Beijocas =**

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  20. Brilhante deia (:

    Muito boa essa história ♥

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  21. Adoro a Bahia ²
    É, Guanambi é pouco conhecida mesmo - rs.

    Kisses :D

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"Venha quando quiser: – Tem espaço na casa e no coração."