terça-feira, 31 de maio de 2011

Ligeira narrativa de uma morte prolixa

Olharam-se e se entreolharam tantas vezes que usando as duas mãos ainda não daria para contar. Uma esperava que a outra tomasse a iniciativa, esperavam, digo na verdade que nenhuma queria que fosse a "outra" a tomar a iniciativa.

Em pé, rente a porta, se avizinhando da sandália que estava a dois passos dela.

Recolhida, atenta, com sete cérebros a mais - ou pelos menos sete pedaços espalhados pelo corpo a mais -, esperava com ânsia, ou não.

Os dois passos foram dados, ela se abaixo e tudo aconteceu rápido - pelo menos para quem não estava envolvido na cena havia acontecido rápido -, só se ouviu um crac. Ela matou dois cérebros, ou três, talvez, mas a barata ainda estava viva, ou pelo menos um de seus cérebros.

A pobre barata poderia ficar ali, demoraria a morrer, mas preferiram joga-lá na privada. Assim, estaria indo de ambulância direto para a emergência, prendendo por até quarenta minutos sua respiração. Se tivesse ficado ali, debaixo da sandália, com uns dois, ou três cérebros a menos, talvez morresse mais cedo, em todo caso demoraria a morrer. A se demoraria. Demorar ria.

                                                                                             deia.s

38 comentários:

  1. matar baratas só no desespero, elas sempre vem pra cima de mim!

    ResponderExcluir
  2. A arte desse teu texto foi que no começo achei que seria algo totalmente diferente, tipo um beijo de duas mulheres. Muito boa a sagacidade, foi um excelente texto, legal descobrir que o que aconteceu foi uma quase-morte de uma barata. HAHA

    Beijos!

    ResponderExcluir
  3. já falei, escreve bem demais, gostei deste textp.

    ResponderExcluir
  4. adooorei demais. achei que uma garota ia matar a outra, aê depois pensei que só uma ia morrer.. e quando a palavra 'barata' foi dita, eu ri. juro que ri. adorei.

    ResponderExcluir
  5. Isso prova que até os atos mais corriqueiros e banais da existência podem ser transformados em arte,se a pessoa tiver um talento como o seu (:

    ResponderExcluir
  6. Tem post novo la no blog!
    http://botaacucarnisso.blogspot.com/
    Olha lá

    ResponderExcluir
  7. Como sempre seus textos são muito legais de ler, Deia! Lembrei de um epsódio muito engraçado que aconteceu comigo quando fui surpreendida por uma barata voadora no meio da madrugada! Beijos ;*

    ResponderExcluir
  8. Coitada dessa barata com tantos cérebros pra morrer hein Déia....rsrs

    tua imaginação é incrível, Déia!

    Adoro aqui!

    Um beijo, florzinha!

    ResponderExcluir
  9. Deia ,

    Sensacional esse texto !
    Adorei ...
    :)


    Bjo Grande !

    ResponderExcluir
  10. "Matí" ;o KK -qq

    No começo eu pensei que seria outra coisa, rs'
    Adorei a narrativa da morte da baratinha! *--*

    beeijoca moça ;*
    http://changesl.blogspot.com/ -

    ResponderExcluir
  11. haaa obrigada, uma linda semana pra você.

    ResponderExcluir
  12. Acho que a barata ficaria feliz em saber que foi lembrada de forma tão bonita... =)

    ResponderExcluir
  13. Que texto incrível Deiaa , me surpreendi no finaal. tadinha da barata =/ rs'
    Lindaa , continue com essa tão bela e surpreendente imaginação.
    Diaa mais que doce pra você .

    ;**

    ResponderExcluir
  14. Ela sempre consegue nos surpreender. Amo esse jeito único de escrever que você tem. Muito bom mesmo.
    Bj ;* ótima semana...

    ResponderExcluir
  15. ficou muito interessante, beijo Lisette.

    ResponderExcluir
  16. #quedóquedó rss, adorei o texto, só vou avisar - novamente ^^ - um erro bem pequeno, só pra não deixar feio mesmo. "ela se abaixo rápido - pelos menos para quem...". Pelo de pelo menos ta no plural dito no texto... Desculpa se fui inconveniente, e não sou nenhuma moderadora de textos rss, só gosto de corrigir pequenos erros nos textos que eu acho maravilhosos demais pra terem erros assim. bjuuus.

    ResponderExcluir
  17. Morri de rir quando me dei conta de que estava falando da morte de uma barata KKK, amei demais.
    Muito criativo, prende mesmo nossa atenção.
    Beeijos.

    ResponderExcluir
  18. Adorei o texto e estou encantanda com a sua forma de escrever. Parabéns! Você escreve como poucos e o seu blog é lindíssimo!

    ResponderExcluir
  19. Não digo que foi cruel porque odeio baratas. Mas, no inicio nem achei que se tratava de alguém e uma barata....

    ResponderExcluir
  20. HSOAHSOASH eu ri com a barata , bem feito u-u , nem gosto dela , parabéns pelo texto.
    beijos :*

    ResponderExcluir
  21. HAHAHAH, goostei desse texto.
    E baratas me dão agunia ;x
    Passa?
    http://jooymartins.blogspot.com/
    Beijoos

    ResponderExcluir
  22. hahaha ela tem um lado poético de matar baratas
    -- é sempre um desafio pra mim matar uma--
    bom dia Deia!

    ResponderExcluir
  23. Que delícia Deia! hahaha
    Você brincou com a imaginação de todo mundo aqui.

    Adorei!
    E tá, eu mato a barata antes de pensar. Mato e depois que saio correndo, quando o 'cérebro' está amassado ai sim, morro de nojo. rs

    beijos gatinha talentosa.

    ResponderExcluir
  24. Eu também ri. Ah Déia, eu mudei meu blog, antes era o VCD? Agora o novo endereço é http://umdiamaisproximo.blogspot.com/ se quiser continuar acessando

    ResponderExcluir
  25. Caraca, eu simplesmente amei isso. Você transformou uma coisa simples, nojenta, e cotidiana em arte. E é sério. Adorei o modo em que escreveu e as palavras utilizadas.
    Grande beijo.

    ResponderExcluir
  26. HAHAH muito bom, Deia!
    Vi uma reportagem sobre baratas no Mosaico Baiano...
    Exatamente assim..
    Nossa, muito doido (:
    Baratas não tem pista de pouso, sempre voam pra cima de mim =x
    arrg rs

    ResponderExcluir
  27. Coragem matar de baratas! Eu nunca tenho =/ rs

    Beijo

    ResponderExcluir
  28. No começo, nem desconfiei que fosse uma barata... hahaha.
    Texto interessante.

    ResponderExcluir
  29. KKKKKK -
    E por qual motivo eu não consigo matar uma barata? Ele vem pra cima de mim e eu saio correndo! KKKKKKK -

    Ótimo final de semana, moça!

    ResponderExcluir
  30. ADOREI!
    ubauhauhauha
    Parece até comigo.. mas eu nunca tenho coragem de matá-las e muito menos de ouvir o "crack".

    :P

    ResponderExcluir
  31. Hahahaha, muito bom. No início imaginei que as duas iriam fazer algo ilícito, mas faltava coragem. Muito bom!!!

    Aproveitando o ensejo tem selo para ti em meu blog.
    http://entaosoupoesia.blogspot.com/p/selos.html

    Beijo
    =*

    ResponderExcluir
  32. A minha reação foi um tanto interessante ao notar que o fato ocorria com uma baratinha, rs. Adorei a escrita e principalmente o final - "A se demoraria. Demorar ria". Parabéns!

    ResponderExcluir
  33. Eu sou testemunha de que sua reação foi interessante, rs.
    Obrigada. :)

    ResponderExcluir
  34. Argh, baratas! hahahaha, adorei! Queria eu ter essa coragem para matar baratas! Ótimo texto, também me surpreendeu. Pensei que seria sobre outro tipo de morte, mas adorei ter terminado com humor!
    Beijos, Deia!
    Obrigada pelo selo, flor!

    ResponderExcluir
  35. Deu dó da barata, mas eu sempre mato elas no grito, só se elas vierem pra cima de mim kkk'
    adorei o post.

    bjus =*

    ResponderExcluir

"Venha quando quiser: – Tem espaço na casa e no coração."