sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

- Ei moço, fuma?



Sentado naquela sala de espera o tic-tac do relógio parecida querer me matar, a tortura era insuportável e caso passasse mais alguns segundos sei que não me controlaria.. Mas antes do último tac, depois do tic, entre o tic-tac, notei uma mulher sentada ao meu lado. Não era Capitu, mas tinha olhos de ressaca e não bastasse eram bastantes avermelhados pelo sol, seu corpo tremia a todo momento e perto dela, na mesa de centro um maço de cigarros vazio. Enquanto à olhava, numa rapidez impressionante se dirigiu a mim com algumas palavras avulsas:
- Ei moço, fuma?
- Não! respondi
- Então não deve ter fogo. Tem?
- Tenho! respondi
Ela deve ter ficado à se perguntar o porque d'eu não fumar e mesmo assim ter fogo, na verdade eu fumei por um bom e longo tempo, por isso o fogo, já que não fumava me fazia bem ainda carregar o esgueiro comigo, mas isso daria uma longa história que no momento não vem ao caso.
A mulher ao meu lado liberava toda fumaça e em volta de si já havia uma nuvem negra. Enfim com o último tac alguém abriu a porta:
- Senhor José?
Era minha vez! Me dirigi a sala de exames, de onde ao sair não virá a mulher de outrora e aquela vontade de saber quem ela era, o que fazia, de onde vinha e pra onde ia ficou a me martirizar e me acompanhar por bastante tempo...
- Ei moço, fuma?

                                                                         deia.s

3 comentários:

  1. olhos vermelhos por causa do sol hein ? rsrs' ficou muito massa :)

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  2. Você por aqui? rs *-*
    "Por causa do sol, hm" rs
    Que bom que gostou :)

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  3. - Ei moço, fuma? HAHAHA, daria uma boa crônista

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